domingo, 15 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO DOS FILHOS (CRIANÇAS)

Dislexia em crianças: saiba o que é e como identificar os sintomas

distúrbio é mais visível no começo da alfabetização

Dislexia em crianças: saiba o que é e como identificar os sintomas


Distúrbio de aprendizagem específico na área da leitura, escrita e soletração: isso é a dislexia, problema que é detectado mais facilmente nas crianças em início de alfabetização mas que dão alguns sinais desde a infância.

  • 1
    O que é a dislexia?
    As crianças que sofrem de dislexia têm enorme dificuldade para copiar textos do quadro negro, formar palavras e escrever textos. "É importante observar quando ela começa a ter um nível de rendimento escolar diferenciado dos colegas. A criança se torna diferente no sentido de ser mais lenta durante as atividades, não conseguindo acompanhar os amigos nas atividades. Ela não consegue terminar as tarefas dentro do tempo estabelecido na sala de aula, e não consegue anotar o dever de casa que é passado no quadro negro. Fora a questão especificamente de decodificação, de armazenamento e assimilação de todo esse conteúdo", explica a especialista.
  • 2
    Quais são os sintomas?
    Além dos sintomas que são observados quando a criança entra na fase de alfabetização, por volta dos 7 a 8 anos, ela começa a dar alguns sinais na primeira infância. "São crianças muito dispersas, têm dificuldade de aprender e memorizar o alfabeto, fazer rimas, e na orientação espacial e temporal. Nesse momento, não se pode falar ainda em dislexia, mas são dados iniciais. Só começa a ter certeza do distúrbio na alfabetização e acesso à leitura escrita", afirma Regina Ester Sabença.
  • 3
    É penoso para a criança ler e escrever: não os culpe
    Um dos fatores que os especialistas mais ressaltam é a visão deturpada de muitos pais, amigos e familiares sobre as atitudes da criança disléxica. "É importante dizer que, ao contrário do que algumas pessoas pensam, a dislexia não é resultado de uma má alfabetização, desatenção ou desmotivação escolar", salienta Sabença. Segundo ela, o distúrbio não tem qualquer relação sócioeconômica ou de baixa inteligência. "Dislexia tem base neurológica com uma incidência expressiva de fator genético. Por isso, deve ser investigada tão logo são observados os primeiros sintomas", reforça.
  • 4
    Compreensão de textos é o problema
    O distúrbio não afeta a criança somente nas matérias relacionadas à escrita, como o português e línguas. Matemática, ciências, geografia e outras matérias também são penosas para essas crianças. "Em todas essas disciplinas existe o código linguístico. Se a criança tem dificuldade em decodificar e entender os sons e as palavras, ela vai levar isso para as outras disciplinas. A dificuldade envolve todo conteúdo escolar", salienta a psicopedagoga.
  • 5
    Como acontece a dificuldade para o disléxico
    A criança tem uma dificuldade muito grande na decodificação dos sons linguísticos. Isso significa que, ao ler uma informação, ela não armazena e nem decodifica o sentido. "Na palavra "sapato", por exemplo, ela não decodifica os sons até o final. É como se a ordem auditiva ficasse conturbada. Na escrita, ela faz uma aproximação semântica. Se a palavra "sapato" pra ela é comum, quando não conseguir ver a decodificação até o final, ela pega o radical "sapa" e então faz o fechamento que quiser, podendo ser "sapato", "sapatilha", "sapateiro", lendo de acordo com o que ela entender. Isso interfere não só na leitura, mas de forma muito significativa também na compreensão", relata Regina.
  • 6
    Como os pais podem ajudar a criança disléxica
    "A família tem que ficar atenta aos sintomas e começar a fazer uma investigação na própria escola. Entender por que seu filho está atrasado em relação aos colegas, por que ele sempre leva tarefas de sala de aula para casa, por que fica desmotivado. A criança se sente diferente e passa a achar que não é bom aluno. Mas a dislexia não passa pela inteligência, pois a criança pode ser inteligente de outras formas. É importante que os pais desmitifiquem o distúrbio e não culpem a criança por isso", afirma Regina Sabença.

    Ler para os filhos é uma das atividades que mais ajudam a criança na compreensão dos conteúdos, assim como conversar bastante, fazer perguntas e esperar com calma suas respostas. A conversação, segundo Regina, também é um ponto positivo para trabalhar a dislexia.
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    Tratamento da dislexia não é para sempre
    É importante que o distúrbio seja tratado mais cedo possível. É que a partir de métodos utilizados no tratamento com uma equipe multidisciplinar, envolvendo a escola, a fonoaudiologia, neuropsicologia, psicologia e psicopedagogia, o cérebro consegue criar métodos próprios para cumprir suas atividades e adaptar-se ao problema.

    "E a dislexia é observada como uma comorbidade, associada a outro quadro como déficit de atenção. São dois transtornos juntos. Na dislexia o tratamento é terapêutico e não requer medicamentos, diferente do que acontece nos quadros de déficit de atenção com ou sem hiperatividade", explica. Isso quer dizer que o melhor trabalho com a criança disléxica é a tríada família, escola e terapia, mas que seu cérebro vai se adaptar. "É como dizemos: a mochila é mais pesada mas não impede que a criança possa carregá-la. É mais difícil, mas ela consegue.".

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